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sábado, 6 de setembro de 2008

Feira da Cultura

Hoje tem Feira da Cultura no Colégio Santa Rosa. As crianças se reúnem, cada qual com sua turma, na sua barraca. Elas têm que saber dar a explicação sobre o que está sendo exposto pela sua turma a todos os que vierem visitar sua barraca - tanto alunos, quanto pais, responsáveis e professores.


A Feira da Cultura é um motivo de reunião que aproxima as crianças e que as faz voltar o olhar para o trabalho das outras turmas também.
Quando meus filhos estudaram lá, eles ficavam particularmente excitados no dia da Feira porque era sempre motivo de muita euforia e alegria para os seus coraçõezinhos.
O burburinho é grande. Todos se movimentam. Os professores e assistentes também estão presentes. Todos falam ao mesmo tempo e o ambiente fica descontraído.
Pais e mães lá estão, alguns participam, outros apenas assistem, mas todas as crianças querem que seus pais cheguem em suas barracas para ouvir a explanação, para mostrar que sabem se desembaraçar de suas obrigações. Os alunos estão no ambiente deles, sabem de tudo, onde está o quê ou quem, do que fala sua barraca, o nome de todos os colegas, enfim, são eles que dominam. Mas enquanto não chega sua vez de ser responsável pela barraca eles podem dar um giro pela feira, brincar e fazer o que eles mais gostam, que é se movimentar sem parar. E não cansam, não perdem o fôlego, não se importam se estão suando aos montes... e os olhinhos não param um minuto. Tudo vai sendo registrado - serão lembranças da infância querida que passa tão rápido...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Chá de Pariri

Pariri é uma folha fina e longa, bonita mesmo, como se vê na foto.

No chá ela tisna logo a água com seu vermelho escuro. Aqui se usa para combater a anemia, e rapidamente vem a resposta no sangue. A gente coloca na geladeira e toma como água, toda vez que tem sede – e é a toda hora que se tem porque o calor, muita vez, é insuportável e nos faz transpirar muito.
Os chás não devem ser tomados seguidamente por um período superior a 21 dias, diz a sabedoria popular. O organismo dá o retorno antes disso.
As cascas, folhas e raízes precisam ser usadas com critério, porque nem todos estão em condições de ingerir qualquer chá. Por exemplo: quem toma chá da casca de açoita-cavalo realmente consegue baixar o colesterol, mas, como o efeito do chá é mexer com as gorduras do corpo, quem não tiver bom fígado - por onde elas obrigatoriamente passarão - sentir-se-á empachado. A sensação é de quem comeu muito além da conta; a fome desaparece, principalmente na primeira semana. Então, o ideal é que se ajude o fígado a processar toda essa gordura com chá de boldo.
Desses recursos se vale a maioria – que não conta com atendimento razoável do SUS, que não quer ou não pode enfrentar fila para conseguir uma consulta, ou mesmo que não tem recursos para comprar o que aqui chamamos “remédio de farmácia”. Inacreditavelmente há pessoas adultas que nunca se consultaram com um médico e que a elas restou a natureza pródiga da Amazônia para curar ou minimizar suas mazelas.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Lá está

A Praça da República tem os mais bonitos túneis de mangueiras de Belém. Andar sob esses túneis magníficos, de antigas árvores altas e suas majestosas sombras, nos é particularmente agradável.

Quando vem chegando o final do ano as mangueiras ficam pesadas e coloridas de amarelo, rosa, vermelho e verde. Pencas de mangas de todos os tamanhos estão por toda parte e matam a fome de muita gente.
Os carros estacionados à sombra dessas mangueiras, em plena Avenida Presidente Vargas, invariavelmente têm um ou outro amassadinho na capota porque elas caem mesmo, principalmente sob vento e chuva.

Pássaros de várias espécies também aplacam sua fome nesses deliciosos frutos maduros, mas, principalmente para as centenas de periquitinhos de papo amarelo, eles são uma festa.
Pobres meninos chegam com toscos carrinhos de mão em madeira, e trazem longas varas para colher as mangas em pedaços de tecido, ou mesmo em suas velhas camisetas de algodão, onde as aparam para não sofrerem dano na queda que prejudique a venda.
E, assim, nossas mangueiras nos saciam de sombra e frutos, para lembrar-nos da generosidade de Deus e ensinar também a nós como sermos generosos.