Quem sou eu

Minha foto
Mulher, mais de 50, de bem com a vida.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Particularidades

Quem me lê tem a falsa impressão de que o Pará é só maravilhas, que não há disputa de terra, que as pessoas não sofrem assaltos, que é o mundo bíblico. Não é nada disso. É que escolhi falar das coisas boas. Já que as rádios, os jornais e os telejornais estão cheios de notícias tristes e escabrosas sobre desmatamento, sobre homicídios, assaltos, invasão de terras, desastres, e toda sorte de maldade e violência que o homem pratica contra seus semelhantes em total desrespeito às leis de Deus e da vida, resolvi voltar minha atenção para as pequenas coisas do dia a dia, para os detalhes bons, para as particularidades que atraem porque são boas. Nós também temos notícias boas, coisas boas para serem apreciadas por todos. Nós não somos só essa terra onde os governantes pensam mais em seus bolsos, em seus interesses políticos e financeiros do que no seu povo. Existe muita gente boa que convive diariamente com a pobreza e a dificuldade, com as condições precárias de saúde e saneamento, a sujeira e o lixo. Mas resolvi ver o lado bom, resolvi falar daquilo que me toca o coração e que o diferencia dos outros estados. Não sou alienada mas acho que podemos sim conviver com boas notícias e chamar atenção para o que temos de bom e que sempre fica relegado a plano inferior. São pequenas particularidades que nos diferenciam pra melhor.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Simpatia e Sinusite

A Amazônia guarda muitas receitas: de comidas e de remédios, mas também simpatias e coisas mil. Uma simpatia que é tira e queda e que nos parece impossível de dar certo é para criança pequena, que não fala, só aponta para as coisas e se comunica por sons e gestos apesar de não haver nada nelas fisicamente que as impeça de falar, são aquelas crianças que nos parecem preguiçosas: entendem tudo, mas não falam nada. A simpatia é: dar de beber a elas numa concha ao invés do copo. É preciso fazer isso sete vezes. É impressionante: a criança desata a falar que não pára mais! O que é que tem a ver uma coisa com a outra?

Quando minha filha era pequena foi-nos visitar um rapaz que me ensinou um remédio natural para a dor de garganta que a acometia constantemente e de maneira violenta. Passei a fazer esse remedinho desde então. Ele tanto serve para dor de garganta quanto para sinusite. Há vinte anos faço esse remédio e ele tem ajudado muita gente Brasil afora. Não é segredo algum. Não há patente, é um remédio de conhecimento popular e toda gente pobre que não pode consultar médico e se trata com ervas, chás, ungüentos, implastros e beberragens o conhece. Ele é feito com ingredientes comuns aqui na Amazônia e leva, entre outras coisas, andiroba, copaíba, cabacinha, cânfora e sebo de carneiro. Faz vinte anos que sirvo a Deus com esse instrumento que me foi dado a mim para o Bem.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Amazônia, império das águas


Lá vem ela! É a chuva que nos contempla todo final de dia, refrescando a noite, molhando as plantas, mantendo o verde. Engraçado que, apesar de chover em Belém quase todos os dias a maior parte das pessoas não possui guarda-chuva. Quando morei em Fortaleza, que enfrenta longas secas, achei estranho que as pessoas todas com as quais convivi possuissem guarda-chuvas. E não chovia nunca! No Rio ou em São Paulo é normal, quando começa a chover, a gente passar 5 dias, uma semana, 10, 15 dias seguidos sem ver o azul do céu. Tudo fica cinza e triste, e dê-lhe chuva. Aqui não é assim. Além da chuva nos visitar quase todos os dias, depois que ela passa todos já estão na rua sem guarda-chuva, andando normalmente, o céu fica azul novamente, ou apenas nublado levemente, o sol brilha de novo. Hoje o entardecer está lindo. E acabou de chover. O céu está matizado de amarelo, rosa e azul e uma gigantesca nuvem cinza paira como se fosse um grande OVNI sobre a cidade.

domingo, 27 de julho de 2008

Mercado de São Brás


Quando se vai pra São Brás a gente passa pelo túnel de mangueiras altaneiras da avenida Magalhães Barata, até visualisar uma construção imponente que preenche todo o final da avenida - é o mercado de São Brás, com uma calçada larga e teto preto e branco, tem largas paredes de quase um metro de largura, passando também pela caixa d'água, que é muito linda. Quando eu aprender, colocarei fotos dessas maravilhas pra vocês verem e saberem de tudo que Belém reserva aos que aqui vierem.
As férias de julho estão quase acabando. Quando penso em praia penso em Mosqueiro, uma praia de rio com ondas que às vezes chegam a um metro e meio, com um volume de água que mais parece um mar, só que marron. As ondas são fortes e, nas suas margens viajam os tralhotos, um peixinho pequeno que fica sempre na beirinha, que nem criança pequena. A praia do Paraíso é a minha preferida, e onde tantas vezes acampei. Havia um barranco e lá embaixo podia-se ficar na sombra das árvores, e pular na água de um grande galho de árvore que ficava dentro do rio, deitado, servindo de trampolim.
Quem vê o Paraíso pela primeira vez fica embasbacado porque é difícil compreender ondas tão grandes em um rio. Também é difícil não ficar olhando para um rio que se perde no horizonte e se encontra com o céu, bem como um mar. O barulho das águas, a calma do lugar, o sol, as árvores, o banho gostoso, propício às brincadeiras é inesquecível para quem está acostumado a pequenos rios e a rios estreitos. A vontade que dá é de ficar olhando muitas horas, bebendo aquela beleza que Deus colocou ali pra gente não se esquecer Dele. A areia é grossinha, como se as pequenas pedrinhas tivessem derretido ou se esfacelado pra massagear nossos pés. É uma delícia pisar ali! Gente! Vocês não têm idéia de como a Amazônia reserva surpresas!

sábado, 26 de julho de 2008

Água de coco na Batista Campos

Sábado que amanheceu amarelo e virou azul. Tudo lindo. Tudo perfeito, como só Deus é perfeito.
A Praça tem a capacidade de alegrar nosso espírito, porque é uma mistura grande de coisas e gentes de todos os tamanhos e idades, lindas paisagens, água de coco gelada, vendedor simpático e atencioso, crianças brincando, velhos conversando, um sol maravilhoso e uma calma incomum. Mas é julho, e em julho Belém é assim mesmo - mais nossa. O velho Santa Rosa lá, enfeitando a esquina com cores fortes. Os bancos estão conservados, limpos e, para qualquer lado que se olhe nossa retina fotografa o belo. Depois é andar pelas ruas com túneis de mangueiras e sombra farta, comprar farinha na feira e comer caranguejo no almoço. Muito pai d'égua!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Verão na terrinha


Enquanto sul, sudeste e centro-oeste estão no frio, nós aqui em Belém estamos em plena festa do verão. Praias, balneários, muito sol... todo mundo viaja para algum lugar nessa época e Belém fica vazia, às vezes como uma cidade fantasma. É muito bom também pra quem fica. É uma tranquilidade só. Não tem muito trânsito. E, nesse ano em particular, São Pedro tem sido generoso conosco: todo dia no início da noite vem aquela chuvinha maravilhosa pra refrescar e deixar a noite com jeito de sorvete do Ice Bode. Bom demais!!! Te amo, Belém!