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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Chegou o inverno

Engraçado como em pleno verão no sudeste nós aqui festejamos a chegada do inverno. O inverno não quer dizer só a chegada da estação das chuvas - é muito mais! Nesse tempo de chuvas intensas tudo muda. Os rios estão cheios e os animais têm um comportamento diferenciado. Também os insetos fazem festa - são milhares, de todas as espécies, tipos, formatos, tamanhos. E há os mosquitos, que aqui a gente chama pelo simpático nome de carapanã. E só quem tem tela nas janelas são as pessoas de fora do Estado, principalmente os militares - todas as casas de militares que aqui servem são teladas. E há muitas estórias sobre as grandes águas.
Na primeira vez em que vi uma barata cascuda foi na janela da cozinha do pequeno apartamento em que morava, no meu primeiro ano em Belém. Ela tinha uns quinze centímetros... e eu odeio baratas! Empunhei minha arma e descarreguei em cima da pobre todo o conteúdo do spray. Ela nem se abalou! Não ficou de pernas pro ar, nem deu sinal de que estava morrendo. Eu não tinha coragem de matá-la com um chinelo e meu marido não chegava... (maridos costumam ser bons matadores de baratas). Fiquei paralisada, sem conseguir fazer mais nada e só saí dali depois de vê-la morta. Eu nunca havia visto uma barata como aquela e nem sabia que elas existiam. Também nesse mesmo ano fiquei conhecendo muitos insetos que jamais havia visto - e olhe que eu havia passado minha infância e adolescência andando pelo Brasil: Rio, Rio Grande do Sul, Minas, São Paulo, Ceará, Bahia, Pernambuco. Insetos de formatos estranhos, de todos os tamanhos e cores invadem todos os espaços na estação chuvosa da Amazônia. Acho difícil que os pesquisadores tenham conseguido catalogá-los todos. E a gente pensa na cadeia alimentar e em tudo o que se perde com a mata no chão. Quando não só a madeira importar quem sabe a gente dê mais valor à natureza e a tudo o que se perdeu. Mas as árvores em pé estão em flor e as cores estão multiplicadas nas frutas dessa estação, onde a umidade relativa do ar chega pra nós a mais de 100% em várias ocasiões. A gente praticamente respira água. Mas mesmo assim é quente durante todo o dia e toma-se banho frio. Belém dos meus amores, que esse inverno te encontre amigável e amorosa como sempre foste!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Icoaraci

É o nome da vila que pertence ao município de Belém e fica bem próxima do centro da cidade, calculo uns 15 Km, mais ou menos.


Icoaraci era a cidade das bicicletas - todo mundo lá andava de bicicleta. Agora a vila deixou seu ar sossegado e calmo e está como o resto todo de Belém - agitado e com ares de cidade grande - muitos carros, trânsito, muita gente pelas ruas...



Mas ainda cheia de bicicletas, Icoaraci é tudo de bom porque aquela orla maravilhosa, com os vendedores de água de coco - bem geladinha -e os barcos dos pescadores, o vento batendo na nossa cara e aquele riozão chamado Maguari pra encher nossas vistas é tudo que se quer num fim de tarde pra relaxar.


E, junto com as mangueiras centenárias, é um privilégio que temos. Se fores a Icoaraci, abre os braços para o vento, respira profundamente, fecha os olhos e sente como Deus foi tão pródigo para com a Amazônia e com todos nós.

Enche teus olhos com toda aquela água do rio e vê a ponta da ilha do Outeiro do outro lado. Também se pode comprar peixe fresco diretamente dos pescadores.




Em Icoaraci fica a oficina do nosso querido Mestre Cardoso - que Deus o tenha - e que, nas mãos de sua família, continua dando muitos bons frutos na arte da cerâmica.
É simplesmente impossível visitar sem comprar alguma peça. Eles estão sempre pesquisando, agregando valor, criando e fazendo belas peças para se usar, adornar ou embalar.