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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Anjos da Praça

Muitas cidades do Brasil têm praça da República. Belém também. Mas a nossa tem anjos.
Essa é a diferença. Além do tamanho - nossa praça, de tão grande, está dividida em três. A parte do chafariz é triangular e relativamente pequena.
A parte onde está situado o teatro da Paz - esse monumento à era da prosperidade que a borracha nos legou
tem ainda um grande coreto que está sendo restaurado,
e belas estátuas. Essa parte vai da av. Nazaré até a rua do teatro que, para o lado direito, em direção ao Basa, é a rua Carlos Gomes. Depois vem a grande praça, num bloco só de pura beleza. E lá estão eles, sentados no obelisco
protegendo e vigiando. Eles não saem de lá e qualquer um pode apreciá-los.
Os meninos descalços, os desempregados, os mendigos e qualquer transeunte cansado pode repousar suas pernas e olhos nos bancos da praça, à sombra de tantas árvores que a enriquecem. A moldura da nossa praça são os túneis de mangueiras, mas há também a grama bem cuidada e verdinha que - pasmem os paulistas! - é para ser pisada, sentida, admirada nesse planeta sol e chuva.
Os caminhos da praça sobem e descem. E há pequenos coretos onde se pode namorar,
e laguinho com belas aves muito brancas como requer aos anjos guardiães. E mais: as pessoas se falam sem se conhecer, como se fôssemos uma grande família com muitos parentes que não víamos há muito tempo e que encontramos na praça. E as crianças nos atendem e os descalços têm fome - a fome do Brasil - fome de grãos e de letras, fome de cuidados e de amor.
As mangas começarão a cair agora no final do ano, sempre depois da chuva ou no vento que a anuncia. E tem também, bem ali próximo ao obelisco, o pequeno teatro que leva o nome do nosso famoso e saudoso maestro Waldemar Henrique e que é tão aconchegante. Nossa praça é uma delícia e, aos domingos, a feira do artesanato a enfeita com outras cores e traz muitas pessoas a passear por suas alamedas. Essa é a nossa praça da República!

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