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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Cheiro


O Pará, na bandeira do Brasil, é aquela estrela separada das outras. E, realmente, o Pará é um estado particular, diferente, de terra fértil, cortado por grandes rios da bacia amazônica, florestas cheias de riquezas que o homem vindo de fora - sul, sudeste, centro-oeste e nordeste - está destruindo. Possui em seu território muitas tribos indígenas que detêm o conhecimento da maravilha que Deus nos confiou – ervas, folhas, raízes, cascas, pós e muito mais, advindos da floresta tropical amazônica – e que deveria representar para todos nós a riqueza maior e inestimável para preservação. Mais ainda que isso, e, uma riqueza que a origem indígena nos legou, foram as relações interpessoais. É uma coisa de pele, de toque, na maneira de se relacionar com as pessoas que estão à nossa volta, e que é muito bonita. O povo paraense se toca ao conversar uns com os outros. Por onde quer que a gente ande assiste a manifestações de carinho. As pessoas que não se conhecem se falam como se se conhecessem - no ônibus, na fila, no supermercado, no banco da praça, onde for. Há nisso muito da cultura indígena que agrega, se achega, soma, ao invés de excluir. Assim, por essa necessidade de se relacionar com mais proximidade e aconchego quando se encontra um amigo na rua, ele te abraça demoradamente, ele toca no teu braço ao conversar contigo, segura na tua mão sem outra intenção qualquer que não o toque. Ah, mas aqui nós temos uma coisa maravilhosa chamada “cheiro”. A gente gosta de cheirar o cangote uns dos outros, não é engraçado? Assim, a gente se abraça, faz carinho nos braços e dá um cheirinho no pescoço da pessoa que é por nós querida de maneira particular. Mas a gente pede: “me dá um cheiro?”, ou "cadê meu cheiro?". Então, o cheiro daquela pessoa entra de maneira mais intensa em nós e, espiritualmente, é como se tivesse ficado um registro, uma marca, que nossos sentidos revelam na sua proximidade. Geeennte, é bom demais!! Um cheirinho é muito pai d’égua!

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